top of page

Utilizações

Medicina Tradicional Chinesa

Medicina Tradicional Chinesa

As espécies de Aconitum spp. tem uma grande tradição de uso a nível da Medicina Tradicional Chinesa  (MTC).

Os tubérculos e as raízes das várias espécies são frequentemente prescritos para tratamento de sintomas tais como prostração, síncopes, febre reumática, dores articulares, gastroenterite, diarreia, edema, asma brônquica, vários tumores e problemas endocrinológicos (por exemplo, menstruações irregulares).

Figura 1: Raízes de Aconitum spp. 

Retirado de: http://imgarcade.com/1/monkshood-root/

Usos na Culinária

Utilizações Culinárias

Além dos usos medicinais, determinadas populações chinesas utilizam o acónito na culinária. Por exemplo, as raízes são cortadas em fatias e fervidas de forma a preparar uma sopa que geralmente contém vegetais e carnes de vários tipos. Nessas situações, para evitar os efeitos tóxicos da planta seria necessário cozinhá-la durante horas ou até mesmo dias de forma a haver a destruição dos compostos responsáveis por esta. (1)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nas províncias de Guizhou ou Hunan, particularmente aqueles que residem perto de áreas montanhosas, acreditam que o ambiente nessas zonas é demasiado húmido e que determinadas plantas conseguem contrabalançar os efeitos que um ambiente húmido possa ter no organismo. O acónito é considerado uma planta quente e seca de acordo com a medicina tradicional chinesa, pelo que pode ser usado para tratar constipações e para aumentar a resistência dessas populações ao ambiente frio. Além disso, é um fármaco de sabor amargo e pungente: na MTC acredita-se que plantas com sabor amargo são antipiréticas e plantas com sabor pungente conseguem eliminar a apatia. (1)

 

As raízes de algumas das espécies (Aconitum kusnezoffii ou A.carmichaeli) são usadas para preparar um licor tónico usado em dietas. (2)

Figura 2: Processo de destoxificação que ocorre durante a fervura de raízes de acónito. 

Ocorre hidrólise dos alcalóides diterpénicos numa reação em dois passos. No final as raízes terão um conteúdo em alcalóides inferior ao das raízes não processadas. (1)

Usos no ocidente

Figura 3: Exemplo de um medicamento homeopático comercializado em Portugal que contém Aconitum napellus  (3)

 

De acordo com o fabricante este é um "Medicamento homeopático tradicionalmente utilizado em estados ansiosos e emotivos ligeiros: ansiedade, hipersensibilidade emocional e irritabilidade, perturbações ligeiras do sono devido a esses estados, para pessoas sob stress, crianças agitadas e pessoas idosas."

 

A dose recomendada é 2 comprimidos, 3 vezes ao dia, quer em adultos quer em crianças (3 mg de A.napellus).

Utilizações no Ocidente

 

Apesar de haver alguns estudos acerca das suas ações farmacológicas, o acónito, atualmente, não é utilizado na chamada medicina convencional. 

Versões antigas da Farmacopeia Francesa incluíam uma monografia sobre as raízes de acónito que seriam utilizadas para obtenção de uma tintura que era, posteriormente, usada para fabricar especialidades farmacêuticas destinadas ao tratamento de afecções das vias respiratórias, em particular tosse seca. Essa monografia foi extinta em 1984(5)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sendo assim, a nível de países europeus, atualmente o Aconitum napellus é apenas usado em preparações homeopáticas 

A título de exemplo, a Boiron, uma das maiores empresas farmacêuticas europeias especializada em produtos homeopáticos, comercializa uma especialidade farmacêutica vendida livremente nas farmácias portuguesas para tratamento de estados ansiosos, que contém Aconitum napellus numa diluição 6CH, o que corresponde a 0,5mg da planta num comprimido de 300mg.(3)

De acordo com a Matéria Médica Homeopática de Boericke (4), os medicamentos homeopáticos à base de Aconitum napellus estão recomendados para casos de pacientes com medo, ansiosos e com inquietação mental e física. São também recomendados em casos de inflamação do olho, febre com pele seca e quente e nas primeiras fases da gripe (atuação rápida). Para as afecções de foro mental é recomendada uma posologia de 6CH, ao passo que, para as outras indicações recomenda-se uma diluição 3CH. A toma deve ser repetida em caso de exacerbações agudas da patologia. 

REFERÊNCIAS

 

1. Singhuber J, Zhu M, Prinz S, Kopp B. Aconitum in traditional Chinese medicine: a valuable drug or an unpredictable risk? J Ethnopharmacol. 2009;126(1):18-30.

 

2. Liu Q, Zhuo L, Liu L, Zhu S, Sunnassee A, Liang M, et al. Seven cases of fatal aconite poisoning: forensic experience in China. Forensic Sci Int. 2011;212(1-3):e5-9.

 

3. http://www.boiron.pt/detproduto.asp?id=12 (Acesso a 26-05-2015)

 

4. http://www.homeoint.org/books/boericmm/a/acon.htm (Acesso a 04-06-2015)

 

5. Bruneton J. Pharmacognosie, phytochimie, plantes médicinales. 4ª Edição. 2009.

Copyright © 2015. All rights reserved.

  • Facebook App Icon
  • Twitter App Icon
  • Google+ App Icon
bottom of page